08/01/2018 - 00h13

Valor de imóveis cai pela 1ª vez em 10 anos

A Tribuna On-line
 
Praia Grande foi o único município da região a registrar valorização no custo do metro quadrado
 
O Brasil registrou em 2017 a primeira queda nominal em dez anos no preço médio dos imóveis residenciais, segundo levantamento anual da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) em parceria com o portal Zap. Seguindo a tendência, três, das quatro cidades da Baixada Santista que entraram no levantamento, apresentaram queda nos valores: Santos (-0,89%), Guarujá (-0,86%) e a maior de todas, em São Vicente (-2,86%).
 
Na contramão, está Praia Grande, cujo preço médio do metro quadrado acusou aumento de 3,15%. A Cidade, que registra taxa média de 3,5% de expansão populacional ao ano, é uma das poucas do País a ter valorização do custo
do metro quadrado no período de retração econômica.
 
O indicador aponta que o custo médio dos imóveis anunciados no Brasil teve redução de 0,53%, em relação a 2016. Esta foi a primeira queda aferida pelo levantamento desde o início da série, em 2007. Segundo a Fipe, o fenômeno confirma tendência de desaceleração da escalada nos preços na construção civil, iniciada há três anos.
 
Sem sentir os reflexos da crise financeira nacional, Praia Grande atravessa momento de forte verticalização e de expansão na quantidade de lançamentos no setor imobiliário – o que mantém o mercado local aquecido.
 
Mudança
 
A melhora na infraestrutura municipal e opções de apartamentos com metragens maiores do que nas cidades vizinhas explicam a maior procura de compradores. Nos últimos cinco anos, as unidades habitacionais do Município registraram valorização de 27,5%. No mesmo período, Santos teve aumento de 21,9% no custo do metro quadrado.
 
“É comum vender apartamento de dois dormitórios em Santos para comprar um com três ou quatro, em Praia Grande”, destaca o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci), José Augusto Viana Neto.
 
Morador da Cidade, ele cita a eliminação de gargalos no trânsito local como fator que contribuiu para manter as vendas aquecidas. “Está mais fácil chegar e sair do Município”, avalia.
 
Fôlego
 
Segundo a Prefeitura, houve aumento de 65% na quantidade de projetos aprovados na Cidade no último ano. Em 2017, foram liberadas a construção de 879.086,13 metros quadrados, frente a 530.874,7, no ano anterior. “Praia Grande tem se consolidado como opção de moradia, com qualidade de vida, na região”, comemora o prefeito Alberto Mourão (PSDB).
 
O volume demonstra o porquê de a Cidade ser a única da região que manteve o fôlego de construção e venda de imóveis. Levantamento do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP) cita que foram erguidas 4.657 unidades habitacionais, com 2.835 vendidas.
 
“Muita gente que morava em São Vicente ou Santos foi atraída pela maior oferta. A arquitetura e construções melhoraram muito em Praia Grande nos últimos anos”, resume o diretor regional da entidade, Carlos César Meschini.
 
Mourão acrescenta que a verticalização da Cidade beneficia a economia local, com a atração de maior número de comércios e serviços.
 
“Temos hoje o único shopping da região que mantém obras de ampliação”. O espaço não é o único a registrar crescimento: entre janeiro e setembro do ano passado, a Cidade ganhou 419 empreendimentos comerciais.
 
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