26/06/2017 - 06h24

São Paulo pode ter maior valorização

DCI
 
Principal capital de negócios do País está entre as cinco cidades com m² mais caro da América Latina. Mais valorizada, Rio, no entanto, tende a estagnar
 
Apesar de ser a cidade com o valor mais alto do metro quadrado (m²) de imóveis residenciais ocupados pelas classes média e média alta na América Latina, o Rio de Janeiro ainda deve viver momentos incertos e sem retomada da valorização. São Paulo, por sua vez, já deve ter alta nos preços no segundo semestre.
 
Os dados fazem parte do novo levantamento do grupo argentino Navent, proprietária do portal imobiliário ImovelWeb e indicam que o Rio de Janeiro (RJ) lidera o ranking de cidades com valor médio mais alto do metro quadrado (m²) na América Latina, chegando a US$ 4.079 entre os imóveis localizados em regiões de médio e médio-alto padrão. Para o levantamento na cidade, os bairros avaliados foram Ipanema, Copacabana e Botafogo.
 
Apesar de ser o local com o preço do m² mais alto da América Latina, a projeção é que os valores permaneçam congelados nos próximos meses. "No Rio de Janeiro vemos um valor muito alto e uma situação conjuntural provocada principalmente pela crise no setor de óleo e gás. Os imóveis podem não ter queda líquida no valor, mas devem ter uma desvalorização se considerada a inflação até que se ajustem os preços", coloca.
 
No mesmo levantamento, São Paulo (SP) ficou em quinto lugar, com um preço médio de US$ 2.637 por m² para os bairros de Moema, Jardins, Ibirapuera e Itaim Bibi. Na opinião do CEO do Imovelweb, Mateo Cuadras, a tendência é que a capital paulistana consiga subir no ranking em médio prazo, retomando assim o crescimento do preço médio do m², que passou por uma desaceleração com a crise econômica. "Claro que não na velocidade de três ou quatro anos atrás, mas devemos ver nos próximos meses um aumento nos preços, mesmo que devagar. No ano passado praticamente não houve aumento, agora esperamos algo próximo da inflação", complementa o executivo.
 
Neste comparativo, ele acrescenta que, por ora, investir em imóveis na capital paulistana pode ser um melhor negócio para investidores do ramo. "Cada praça tem uma razão diferente para se investir, mas certamente investir em São Paulo está mais interessante que no Rio", coloca.
 
Assim como São Paulo, ele destaca que os outros mercados analisados pela Imovelweb como Curitiba e Brasília também podem começar a ver uma leve recuperação dos preços no ano. "Isso se as reformas políticas e econômicas se mantiverem no caminho", diz.
 
América Latina
 
Ainda segundo o levantamento da Navent, realizado em parceria com o Centro de Investigação em Finanças (CIF) da Escola de Negócios da Universidade Torcuato Di Tella, o país que ficou em segundo lugar foi Santiago do Chile, com um valor médio do m² de US$ 3.269, seguido por Montevidéu no Uruguai (US$ 2.910) e Buenos Aires na Argentina (US$ 2.637). O preço médio geral do m² da pesquisa foi de US$ 2.044.
 
Outras regiões consideradas no levantamento são Cidade do Panamá, no sexto lugar, com preço médio de US$ 2.018, seguida na ordem por Cidade do México (US$ 1.895), Lima no Perú (US$ 1.845), Rosário na Argentina (US$ 1.612) e Córdoba (US$ 1.542), também na Argentina.
 
"Assim como São Paulo, acreditamos que Bogotá (Colômbia) tem espaço para um aumento do preço. É uma oportunidade para se investir e pode chegar a se aproximar de mercados como o da cidade do México e Buenos Aires (Argentina)", informa Mateo ao complementar que Buenos Aires também é uma região com oportunidade de crescimento, podendo subir um pouco no ranking em próximas edições.
 
No total, foram 15 cidades analisadas em 10 países diferentes, onde as empresas do Grupo Navent estão presentes. Para o levantamento foram considerados imóveis de 20 m² a 100 m² localizados em bairros de médio e médio-alto padrão de dois a três quartos com preços que variam de US$ 10.000 a US$ 300.000. A coleta de informações foi realizada na última semana de março com base nos preços anunciados e não nos valores de transação. É a primeira edição do estudo, mas o objetivo é que a empresa atualize e divulgue o ranking a cada seis meses. "O estudo reflete a situação imobiliária e ajuda na tomada de decisões. É possível ver os mercados com oportunidade".
 
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