19/02/2019 - 01h51

Quem tem animal de estimação sofre para alugar imóvel

Caderno E+ / Luiza Cervenka de Assis
 
Pode até parecer um assunto besta. Mas não para quem tem um animal de estimação e precisa se mudar. Este é o meu caso. Como os peludos estão fazendo parte da nossa família, o bem-estar deles também deve ser pensado na hora de estabelecer as prioridade para uma nova residência.
 
No início do ano, o mercado imobiliário está aquecido. Muitos estudantes e novos moradores chegam a cidade de São Paulo em busca de uma nova casa. Em plena mudança, a configuração de família se torna mais exigente. Ao invés de crianças pequenas, os casais estão optando por ter animais de estimação. Isso não é nenhuma novidade. Mas ao contrário deste dado, os condomínios têm se preocupado cada vez mais em ter área de lazer para os pequenos humanos. Alguns já investem na área pet. Mas ainda são poucos.
 
A maioria dos paulistanos pensa em seus animais de estimação na hora de escolher um imóvel para compra ou locação, é o que aponta um levantamento do Viva Real, empresa do Grupo ZAP. A pesquisa mostra que 41% das pessoas consideram fundamental que os imóveis permitam os animais, 22% das pessoas consideram esse item desejável, mas não obrigatório, e apenas 37% são indiferentes a este quesito. O levantamento foi realizado com 4.192 residentes em São Paulo capital.
 
Olha o gráfico do levantamento feito agora em 2019:
 
 
Como estou em busca de uma nova residência, tenho visitado inúmeros imóveis: novos, velhos, com área pet, sem nem um jardim, e aqueles que não aceitam animais. É desanimador, mas infelizmente muitos condomínios têm em seu estatuto a proibição de animais de estimação. Se isso é legal ou não, é outra história. O que me deixa mais angustiada é que aceitam crianças, sem nenhuma restrição. Eu sei que a comparação é esdrúxula. Mas você já teve uma criança hiperativa de sete anos como vizinha?! E um cachorro maluco de 8 meses?! Quem faz mais barulho e bagunça mais no condomínio?!
 
Não quero dizer que devem existir condomínios que proíbam crianças. Mas não faz sentido proibir animais também! Dá um desânimo quando você vai visitar o apartamento, se apaixona e, só por desencargo de consciência, pergunta ao zelador se pode animais e a resposta é um sonoro “Não”!
 
Mas sabe o que é ainda pior, quando você está no auge da madrugada, fuçando em todos os sites de imóveis, encontra o local dos seus sonhos, mas descobre que não aceita animais. Alguns sites já permitem a opção de “aceita animais” no filtro, junto com a quantidade de quartos e vaga de garagem.
 
Se não permitir animais no condomínio não faz sentido, no apartamento, piorou! “Ah, mas se for um cachorro grande, pode estragar o piso. E se fizer xixi pela casa?! E se for gato e agarrar toda a parede ou os móveis?!” alguns podem pensar. Muito simples, coloque no contrato que o locatário se responsabilizará em devolver o imóvel nas mesmas condições que locou e pronto! Uma criança também poderia rasgar tudo e pintar as paredes de canetinha. Mas elas continuam não sendo proibidas!
 
Há ainda casos mais irritantes: aqueles em que você não pode colocar tela no apartamento ou na sacada. Por norma do condomínio ou vontade do proprietário, instalar qualquer coisa que mude a fachada ou faça furos é proibido. Se você tem gato, já era. Não vai alugar um lugar e colocar em risco a vida do seu bichado. E se fosse uma criança pequena, também estaria em perigo?
 
Agora, uma coisa boba, que poucos avaliam, mas para quem tem animal é essencial: sol e entrada do prédio!
 
Todos os gatos amam e devem tomar sol todos os dias. Se não há raios solares entrando pelo apartamento em algum momento do dia, pode comprometer o bem-estar do pequeno. Isso sem falar na importância do sol para os cães… Hoje um corretor quis, a todos custo, me convencer que no apartamento na face sul bate sol a manhã toda. Apartamento descartado da lista!
 
Em uma das visitas de ontem, me deparei com a entrada do prédio péssima para tutores de pets. Da garagem para o elevador, você tinha que subir dois lances numa escada super apertada. Imagina todas as vezes que for ao veterinário ou ao parque com seu peludo, você voltar e ter que carregá-lo por dois lances de escada. E se ele for grande, esquece! Não passa pelo vão diminuto entre as paredes. Isso sem falar em quem tem gato, como eu, e leva semanalmente na fisioterapia. Só o Felix pesa 8kg! Eu ia ficar musculosa ou perder os braços em duas semanas.
 
Isso sem falar nos apartamentos com piso de taco solto, que junta pulga ou nos rodapés mal instalados, que juntam pelo.
 
Ai que desânimo que dá! Mesmo com as infinitas imobiliárias e diversos sites, ainda é muito difícil e penoso encontrar um imóvel para garantir o bem-estar de humanos e pets.
 
Mas continuo na minha saga pelo apartamento ideal. Quando encontrar, volto aqui para falar sobre mudança. Esse é outro tema super importante para garantir a adaptação na casa nova.

Cena dos próximos capítulos…
 
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