30/09/2016 - 02h44

Especialistas apontam leve melhora no setor imobiliário desde a crise

G1

Recuperação do mercado deve ser mais evidente em meados de 2017. Cenário positivo tem ligação com a situação política do Brasil.
 
Os primeiros sinais da recuperação do setor imobiliário desde que a crise econômica se instalou no Brasil começam a aparecer. O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, declarou no final de julho que o "humor" imobiliário está mudando. "Já começa a ter mais visitas em plantões e, quando se fazem sondagens com empresários, vemos que eles estão menos pessimistas. Não é nenhum 'oba-oba', mas há uma reversão de expectativas". Martins afirma ainda que as vendas continuam sendo feitas, mesmo que em menor escala e explica que, com isso, o mercado deve começar a reverter. "Muitos prédios que estão parados vão começar a andar de novo", previu.
 
Elias Stefan Júnior, sócio proprietário de uma construtora de Sorocaba (SP), destaca que essa melhora no setor ainda é leve. "Vemos alguns sinais de melhora, mas temos a sensação que, em meados de 2017, a recuperação do mercado seja mais evidente."
 
O cenário positivo no setor, segundo Elias, tem ligação com a situação política do País. "O mercado como um todo estava aguardando a definição do quadro político e início efetivo da disposição do governo na implementação das reformas econômicas necessárias."
 
O mercado imobiliário de Sorocaba também está sentindo os primeiros sinais de melhora, de acordo com o empresário. Ele comenta que a construtora identificou a tendência e já estuda antecipar o lançamento de alguns empreendimentos, além de acelerar o cronograma de obras em andamento.
 
Mas o sócio da construtora afirma que ainda é preciso ter cautela. "A crise instalada nos últimos anos levará a uma reorganização mais lenta e sólida da economia do País, que chegou a níveis de atividade baixíssimos. Por isso, faz-se necessário o máximo de cautela nos investimentos e na realização das eventuais vendas que porventura aconteçam. O risco de prejuízo ainda é alto", explica.
 
Elias comenta ainda que os imóveis com valores mais baixos são os mais procurados no momento. "Lotes populares e habitacionais econômicos, casas e apartamentos com dois dormitórios são os mais comercializados. Os imóveis comerciais e industriais estão estagnados e dependem ainda mais da recuperação da economia como um todo", conclui.
 
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