08/03/2018 - 00h10

Dá para viver de renda com fundos imobiliários? Veja estes dados

O Estado de S. Paulo / Sílvio Guedes Crespo*
 
Mais um artigo para quem sabe que as aplicações de baixo risco estão rendendo pouco e busca alternativas.
 
Recentemente mostrei quanto investir em ações para ter uma renda de R$ 5.000 por mês. Agora eu fiz o mesmo tipo de cálculo, só que com fundos imobiliários em vez de ações.
 
Os fundos de investimentos imobiliários (conhecidos pela sigla FII) servem para a gente investir em imóveis sem precisar comprar o imóvel inteiro. Quando a gente investe em um fundo desse tipo, a gente está comprando uma parte de um imóvel. Consequentemente, se esse imóvel está alugado, a gente recebe uma parte da receita de aluguel.
 
Então vamos aos dados. Selecionei no site FIIs.com.br uma lista dos fundos imobiliários que têm pelo menos 1.000 negócios por mês. Em seguida, calculei o seguinte: se esses fundos continuarem pagando aos investidores o mesmo que pagaram nos últimos 12 meses, quanto seria necessário investir para ter uma renda mensal de R$ 5.000?
 
Na tabela abaixo eu listei os 15 primeiros fundos da lista, ou seja, aqueles deram o resultado menor. Por exemplo, no fundo MFII11, se você investir R$ 516 mil hoje, e se ele continuar remunerando os cotistas no mesmo ritmo dos últimos 12 meses, você terá uma renda de R$ 5.000 por mês.

 
Por outro lado, existem fundos em que seria necessário investir mais de R$ 2 milhões para atingir a mesma renda. A maior parte dos fundos que selecionei exigiriam um investimento entre R$ 600 mil e R$ 1 milhão para gerar uma renda de R$ 5.000.
 
E se você não quiser R$ 5.000 por mês?
 
Talvez você não esteja buscando uma renda de R$ 5.000 por mês, mas de sim de R$ 2.000, R$ 10 mil ou qualquer outro valor.
 
Também você pode querer saber quanto rende, digamos, R$ 1 milhão em fundos imobiliários.
 
Se o seu caso for um desses, você pode baixar a planilha de fundos imobiliários que preparei e fazer suas simulações como quiser.
 
Atenção aos riscos
 
Nunca é demais reforçar que a rentabilidade passada não garante a rentabilidade futura.
 
Além disso, os fundos imobiliários podem ter características diferentes. Por exemplo, em um fundo que reúne muitos escritórios, se um dos locatários sair ou deixar de pagar o aluguel, não vai fazer muita diferença na receita total.
 
Por outro lado, há fundos com apenas um grande locatário, em vez de muitos pequenos. Nesse caso, se o locatário sai, os investidores podem ficar sem receita por um bom tempo.
 
Por isso, antes de investir é necessário conhecer as características do fundo. Esses dados que listei neste artigo são apenas uma referência inicial. Podem ser um ponto de partida para quem quer investir em FII, mas não devem ser o único parâmetro para escolher o fundo.

*Sílvio Guedes Crespo é jornalista especializado em finanças e autor do blog Dinheiro pra Viver
 
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