22/09/2017 - 00h04

Com os dias contados nos EUA, mercado de shoppings centers segue forte no Brasil

InfoMoney 
 
O conceito de shopping do futuro será abordado nesta sexta na InfoMoneyTV
 
Virou rotina dizer que o crescimento do comércio eletrônico é ameaça para a existência do varejo em lojas físicas. Nos Estados Unidos, redes varejistas vêm fechando as portas e analistas do Credit Suisse estimam que um quarto dos shoppings centers do país fecharão as portas nos próximos cinco anos.
 
O Brasil, todavia, não alcançará com a mesma velocidade o patamar de crescimento em e-commerce que o país-sede da Amazon apresenta. Dessa forma, a realidade do varejo físico é distinta – e o futuro pode ser outro, a depender dos administradores desses espaços.
 
Para falar sobre o futuro dos shoppings brasileiros, o professor do InfoMoney Educação Arthur Vieira de Moraes recebeu Manuel Puig, Partner da Cushman & Wakefield, no programa Fundos Imobiliários da InfoMoneyTV nesta sexta-feira.
 
Com experiência na construção de 41 shoppings na Europa ao longo da carreira, Puig destaca que, entre 2012 e 2016, as vendas em shoppings cresceram de maneira expressiva, mesmo com a crise. Isso ocorre por alguns fatores, sendo um deles o perfil de compra do brasileiro: menos conectado, é um público que ainda possui certa insegurança para comprar online e prefere ir até as lojas físicas, principalmente espaços como os shoppings.
 
Ao mesmo tempo, o Brasil possui aproximadamente 580 shoppings no total. O especialista destaca que, aqui, existem 220 metros quadrados de lojas de shopping a cada mil habitantes, enquanto mercados maduros costumam ter aproximadamente 300 metros quadrados. Ou seja: apesar de ter havido um momento de alta entrega alguns anos atrás, há espaço para crescimento saudável sem saturação.
 
Fundos Imobiliários
 
Para os especialistas, o mercado de fundos imobiliários relacionados a shoppings centers está em expansão no Brasil. “Nos últimos tempos atravessamos uma fase na qual o asset management foi muito superior ao de novos projetos”, diz Puig, um momento, para ele, não só de expansão como de consolidação.
 
Ao mesmo tempo, o setor imobiliário de varejo é o único que, para obter resultado, não exige apenas ocupação, mas também manter uma gestão profissionalizada que garanta que as vendas sejam bem-sucedidas. Isso passa por atualização periódica do ativo, modernização intensa e gestão profissionalizada no geral.
 
Com a ameaça do e-commerce, essa modernização é chave. Para além do consumo e dos produtos, cujas pesquisas e seleções realmente podem ser realizadas pela internet, os shoppings do futuro devem possuir experiência diferenciada de lazer. Como exemplo, Puig mostrou shoppings com praça de alimentação diferenciada, integração com paisagens, como rios, entre outros.
 
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