03/07/2020 - 03h50

Caixa incluirá custos com cartório e imposto no financiamento do imóvel

CNN
 
As famílias que tomarem crédito imobiliário com a Caixa Econômica Federal poderão incluir a partir de agora, no financiamento para compra da casa própria, as despesas cartoriais e com o Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI). Essa medida, que já vinha sendo testada desde abril em uma parcela dos novos contratos da Caixa, foi anunciada na manhã desta quinta-feira, 2, pelo banco, durante coletiva virtual de imprensa.
 
"A partir de hoje, passamos a financiar também as custas do cartório e do ITBI no crédito habitacional", afirmou o vice-presidente de Habitação da Caixa, Jair Mahl.
 
Segundo ele, o custo médio para fazer o registro varia hoje no Brasil entre 2% e 5% do imóvel financiado, dependendo da região do país. É este o custo que poderá ser incluído no financiamento imobiliário. A novidade vale para novos contratos.
 
Conforme a Caixa, a medida permitirá que as famílias que fizerem financiamentos habitacionais deixem de pagar diretamente cerca de R$ 400 milhões por mês. Este é o valor que seria incorporado aos financiamentos.
 
Em um ano, a cifra seria de R$ 5 bilhões. Considerando que faltam seis meses para o fim de 2020, o valor seria de R$ 2,5 bilhões. "Isso demanda menos custo para as pessoas", afirmou o presidente da Caixa, Pedro Guimarães. "Você vai reduzir o gasto (direto com custas cartoriais e ITBI) e permite novas melhoras no próprio imóvel", acrescentou.
 
De acordo com Guimarães, a incorporação de custos aos novos financiamentos também permite que, neste momento de crise, as famílias tenham maior espaço no orçamento.
 
A Caixa já vinha testando em abril o financiamento dos custos numa parcela dos contratos. Agora, a possibilidade estará aberta para todos os novos financiamentos imobiliários. "A Caixa é precursora nisso. Mas certamente outros bancos virão atrás", pontuou Guimarães.
 
Medidas de impulso
 
A nova opção faz parte de uma série de medidas anunciadas nesta quinta-feira pela Caixa com o objetivo de facilitar a contratação de crédito imobiliário e dar impulso a um setor que cresceu 22% no primeiro semestre, mesmo com os efeitos econômicos da pandemia da Covid-19.
 
Além da inclusão de custos de cartório e do ITBI no financiamento, a Caixa também passará a fazer o registro cartorial eletrônico de escrituras de imóveis financiados a partir de 13 de julho. Com isso, prevê que o prazo para registro das operações deve cair de uma média de 45 para 5 dias.
 
Para construtoras, o banco reduziu, de 30% para 15%, o nível de vendas mínimas de novos empreendimentos, como condição para conceder empréstimos, e permitiu uso dos recursos das vendas das unidades habitacionais para pagamento de encargos mensais.
 
As medidas surgem no mesmo dia em que o banco anunciou que suas concessões de financiamento imobiliário no primeiro semestre somaram R$ 48,2 bilhões, com alta de 21,7% ante mesma etapa de 2019, na contramão da forte queda da atividade econômica do país, afetada pelos efeitos da pandemia.
 
Só em junho, o banco atingiu R$ 11,1 bilhões em concessões de crédito habitacional, o pico para o mês em 4 anos.
 
Segundo o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, os números refletem em parte medidas já tomadas pelo banco nos últimos meses, como a pausa de 4 meses no pagamento de prestações para clientes adimplentes ou com até duas parcelas em atraso, a carência de 180 dias nos novos financiamento de imóveis novos e a renegociação de contratos com clientes em atraso.
 
"Ouvimos as manifestações das entidades do setor e entendemos que essas medidas trará benefícios para toda a cadeia da construção civil", disse.
 
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