25/04/2017 - 00h10

Agronegócio tem dificuldade para contratar

O Estado de S. Paulo / Marcelo Treff*
 
Um levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revelou que, apesar do alto índice de desemprego no País, a falta de qualificação ainda impede o preenchimento de vagas. Há anos empresas de TI e correlatas sofrem com escassez de mão de obra. Porém, o que muitos não sabem é que há outro segmento de extrema relevância no Brasil que também tem grandes dificuldades para contratar profissionais qualificados: o agronegócio.
 
Entre outros setores, TI e agronegócio são áreas em que a exigência por qualificação é muito grande e a formação de pessoas com capacitação técnica tem acompanhado a velocidade do aumento da demanda e, segundo pesquisa da consultoria americana ManpowerGroup, o Brasil é um dos cinco países que mais têm dificuldade para contratar.
 
A consultoria realizou uma pesquisa, na qual entrevistou aproximadamente 59.000 empregadores em 43 países e territórios, para fazer uma previsão da atividade do mercado de trabalho no 2º trimestre de 2017. A todos os participantes foi perguntado: “Qual a sua previsão de variação no número total de funcionários em seu local de trabalho no próximo trimestre (abril, maio e junho de 2017), comparado ao trimestre atual?”. Os planos de contratação melhoraram em 17 dos 43 países e territórios, quando comparados trimestre a trimestre, apresentaram queda em 15 e permaneceram inalterados em 11.
 
No caso do Brasil, os dados revelaram que os empregadores de seis dos oito setores pesquisados esperam uma redução no nível de contratação para o segundo trimestre de 2017. O mais preocupante, o setor de construção, tem uma expectativa líquida de emprego de -21%. O setor de serviços apresenta uma expectativa líquida de -12%, ao passo que as expectativas líquidas permanecem em -8% e -7% para o setor de transporte e serviços públicos e para o setor de comércio atacadista e varejista, respectivamente.
 
Em contrapartida, os empregadores do setor de agricultura, pesca e mineração relatam planos de contratação mais otimistas, com uma expectativa geral de +17%, o que corrobora com a pesquisa da CNC. Portanto, embora não seja novidade, carreiras atreladas ao agronegócio apresentam-se como excelentes oportunidades. Segundo o Guia do Estudante, o setor é responsável por grande parcela das exportações brasileiras e as perspectivas são otimistas, sobretudo com a chegada ao Brasil de empresas e investimentos estrangeiros.
 
A quem possa interessar, além de vários cursos de tecnólogo, o Guia do Estudante indica alguns bacharelados: na UFF, em Volta Redonda (RJ), que oferece o curso de engenharia de agronegócio e capacita o aluno a aplicar ferramentas da engenharia de produção em toda a cadeia produtiva do agronegócio; na Unila, em Foz do Iguaçu (PR), e na UERGS, em Santana do Livramento, ambas têm o curso de desenvolvimento rural. o da primeira tem ênfase em segurança alimentar, enquanto o da segunda tem foco em gestão agroindustrial.
 
*Professor da PUC
 
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