31/03/2020 - 08h33

Abramat pede que comércio de material de construção seja considerado essencial

Valor Econômico
 
Associação irá revisar para baixo projeção de crescimento da indústria em razão do coronavírus
 
A Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) solicitou ao governo federal, por meio do gabinete de crise da Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec), a inclusão do comércio de materiais de construção como atividade essencial para que não haja obrigatoriedade de fechamento devido à necessidade de isolamento social por causa da disseminação do coronavírus.
 
Segundo o presidente da Abramat, Rodrigo Navarro, a Sepec sinalizou que, nos próximos dias, pode haver manifestação de apoio ao pleito. A questão ainda está sendo analisada. “Solicitamos a permissão de funcionamento, seguindo todos os cuidados e orientações do Ministério da Saúde", disse Navarro ao Valor.
 
Em parte das cidades, o varejo de materiais de construção está liberado. Na capital paulista, maior mercado do país, o funcionamento das lojas foi interrompido, há uma semana, por decreto do prefeito Bruno Covas, que só permite o funcionamento de atividades consideradas essenciais. “A expectativa é que haja permissão para que as lojas operem em São Paulo, assim como ocorreu no Rio”, afirma Navarro.
 
Em Campinas (SP), Goiás e na Paraíba, o funcionamento de lojas de materiais de construção também foi permitido.
 
Segundo o representante setorial, o pleito feito pela Abramat tem apoio da Associação Nacional dos Comerciantes de Materiais de Construção (Anamaco) e da Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres (Anfacer).
 
Navarro disse esperar que portaria assinada pela presidência da República ou pela Casa Civil saia hoje ou amanhã, tratando da questão. Ontem, portaria do ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento citou a atividade de materiais de construção entre as consideradas essenciais para a cadeia produtiva de alimentos, bebidas e insumos agropecuários.
 
A Abramat também fez outras solicitações à Sepec, como postergação, sem multas, do recolhimento de tributos, contribuições e taxas federais para o quarto trimestre, ampliação de linhas de crédito com taxas reduzidas e prazos alongados para garantir capital de giro e caixa para empresas, por meio de bancos públicos, e possibilidade do uso do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para pagamento dos dias parados.
 
Revisão
 
O crescimento da indústria de materiais de construção, neste ano, será inferior ao inicialmente previsto, mas ainda não é possível traçar nova projeção, segundo Navarro.
 
Inicialmente, a Abramat e a Fundação Getulio Vargas (FGV) projetavam crescimento real do faturamento da indústria de materiais de construção de 4%, em 2020, o dobro dos 2% do ano passado. “Vamos revisar a estimativa para baixo, mas dependemos de indicadores oficiais do governo”, diz Navarro.
 
Na avaliação do presidente da Abramat, passado o pico da disseminação do coronavírus, em abril e maio, terá início a “retomada da retomada” da indústria de materiais de construção.
 
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